Monday, November 05, 2007

Veneno

Este vazio preenche-me
Faz de mim completo e só
Dentro da impossibilidade de viver.
Somente um momento,
Perante toda uma eternidade.

Sei que conseguirei um dia relevar todo este pesar.
Estas dores que latejam por todo meu corpo,
Resultado de tamanho veneno...
Com o qual me embriaguei por tanto tempo.

Não quero recorrer a antídotos,
Podem se tornar novos males,
Que irão me consumir em um círculo vicioso.

Minha salvação será meu maior medo...
Assim como pensei no início...

(05/11/2007)

Thursday, September 13, 2007

Narrativas

Coloco tudo para fora neste pequeno espaço...
Sobrevivendo do fio de esperança que o atravessa
e, sem perdão, o arremessa,
para longe...

Crio a dor física, para abster-me do sofrimento:
- Entenda que são apenas máscaras!
O sangue jorra pelas telas,
Torna-se entretenimento
Para as massas...

Sem sentido e sem lógica,
persisto no incomum.
E conto minha história!
Fugindo de qualquer narrativa e muito menos realidade.
Crio um mundo fantasioso,
Belo, distante de toda sujeira. Como um desafio à minha sanidade!

(12/09/2007)

Monday, September 10, 2007

Muletas

Ando por estas ruas, envolto por tamanha neblina, que encobre minha visão. Sinto-me domado por seu cheiro e encantado pelo efeito das luzes que surgem pelo caminho. Brilhos difusos que levam minha mente para mundos distantes, fugindo de preocupações que surgem neste momento.

Tento ver o mais distante possível, mas não consigo. Sinto como um sinal que a neblina me trouxe. Deixo para trás planos e decisões. Foco-me no momento pelo qual estou passando e como enfrentá-lo. Excessos me têm servido de muletas, suportando-me através de tanta dor e indecisão. Arrisco cair a cada momento, sempre que percebo a fragilidade de meu suporte. Me engano dizendo que tudo está bem. Mas sei muito bem a realidade. Tomo placebos conscientemente, achando que conseguirei mudar algo dessa forma. “Pequenas mentiras para o coração doer menos”.

Quero fugir! Tornar-me somente mais um rosto em uma multidão perdida. Tudo muito simples. Arrumar minhas malas, enchê-las com meus sonhos perdidos, meus medos e minhas desilusões. Sair a procura de algo em que eu possa acreditar, ao invés de aceitar essas mentiras de um mundo podre e sádico.

Talvez lutar contra isso seja o primeiro passo para combater minhas inseguranças, que o tempo todo aparecem para me assombrar. Uma opção à covarde fuga! Ainda me apego demais para poder deixar tudo para trás. Ainda quero lutar, até o último sopro de vida passar por meus pulmões e permitir que eu saia desse teste de fogo.

Resolvo encarar esses demônios que me atacam. Em algum momento voltarei a assumir o pleno controle de minha vida. Não será agora! Mas o tempo de todas essas batalhas será suficiente para dissipar qualquer neblina.

(09 e 10/09/2007)

Friday, August 31, 2007

Impressões de Incertezas!

(ou O Incerto Definitivo)

Ouvi o som de seu abandono
ensurdecedor em sua inexistência...
perturbador...
Marcas de um punhal em um colchão vazio,
transbordando lembranças e noites de paixão.

A luz que explodia de minhas feridas
guiavam as almas perdidas à procura de uma companhia
que sussurravam calmamente em meus ouvidos:
"Nada mais importa!"

Juntei-me a um grupo de mímicos,
jurei silêncio eterno e incondicional...
Quebrei minha promessa traindo meus sentimentos.
Desafiei-os...

E, assim, conquistei a minha independência!
Entrei em contato comigo mesmo e descobri:
"Não me abandonastes! Mas sim, a si mesma!"
Mas saiba que em nenhum momento a deixei só!


(03/08/2007)

Tuesday, August 14, 2007

Perdas Incorrigíveis

Engulo seco o gosto amargo daquele beijo,
interrompido pelos estilhaços de minha alma
e os resquícios abandonados de meu respeito próprio.
Tento disfarçar tantas lágrimas
com o cheiro repugnante do álcool
que exala de meu sorriso.

Sinto cada poro de meu corpo como uma válvula de escape,
pelas quais perco meu ser que,
atrás de um motivo,
deixa este infindável poço de lamentações.

Nada mais pode garantir a união de meus fragmentos,
separados e abandonados em distintos tempos...
Mesmo com uma possível melhora,
sei que perdi importantes partes de mim mesmo,
no exato momento em que selei meu destino
com aquelas palavras.

Só torço para que,
em algum momento,
consiga restabelecer um simulacro de mim mesmo,
através do qual consiga passar por esta vida...
sem você!


(08/08/2007)

Monday, August 06, 2007

Renovação

Sou pego de surpresa! Uma resposta aos meus anseios causa espanto. Começo a correr em busca do meu estado de espírito definitivo. Abandono minhas inseguranças, privando-me de qualquer forma evoluída de comunicar-me. Tudo em prol de poder descobrir-me nesse relacionamento instável que enfrento com minha própria vida.

Meu próximo passo nessa infinita caminhada é criar coragem. Desenvolvo novas formas de comunicar-me. Ainda enfrento minhas próprias barreiras, mas busco a liberdade. Sinto que devo arriscar-me e, inconseqüentemente, me jogo em excessos esperando conseguir algum resultado.

Parto na direção do incerto. Aceito a aventura de rumar para onde posso me surpreender e, talvez, enfrentar medos antigos e paixões reprimidas. Crio um diálogo com meu alter-ego. Uma batalha titânica entre entidades que, há muito, abandonaram as palavras.

Um choque cósmico entre meu logos e meu mitos é travado, sugando minhas energias. Paro por um segundo. Mas o sentimento que me domina ainda é o mesmo, não me permito ceder. A insensatez era um caminho a ser seguido nesta estrada que transita pela minha insanidade.

Contemplo o horizonte e sorrio... sei que meu caminho é difícil e meu destino incerto. Mas somente a liberdade à qual me permiti contemplar e viver já valeu à pena todo o sofrimento.

As lágrimas caem de meus olhos sobre o chão infértil. Trazem nova esperança para aquele nada em que me encontrava. E anunciam que a renovação de meu espírito já começara!

(03/08/2007)

Wednesday, July 04, 2007

Dramas Pessoais

Perdemos-nos no caos deste mundo abstrato
ao procurar uma saída para tantas inseguranças.

Tornamos-nos personagens secundários,
presos em paradigmas universais.
Criamos identidades homogêneas
para tentar nos encaixar em alguma realidade,
enquanto sonhamos com um tempo utópico.

Procuramos uma oportunidade de reencontrar a sanidade,
vasculhando nossas memórias.
Mas só conseguimos encontrar as desilusões
que traçaram nossos caminhos para onde estamos hoje.

(01/07/2007)

Wednesday, June 06, 2007

Construindo Pesadelos

Corridas desesperadas
traços de caminhos nos conduzem.
O medo é reflexo de nossas incertezas
de que em algum momento encontraremos um fim.

Obstáculos dificultam nosso avanço
nada físico...
Metáforas extrapolam seus sentidos
e nos perdemos, novamente, em nossos sonhos.

Não sabemos mais diferenciar as realidades.
Entramos em um mundo de simulacros.
Plágio!

Cada tropeço pode significar o fim.
As poucas certezas desaparecem sem motivos.
Assim que as questionamos, nossas idéias nos traem...
E voltamos a correr...
fugindo de um inimigo inexistente
(ninguém além de nós mesmos!)


(21/05/2007)

Sunday, May 27, 2007

Desconstruindo Sonhos

O processo torna-se essencial...
desde o princípio buscando utopias.
Descobertas nos mostram uma nova realidade
e, surpresos, descobrimos que este fim precede seu início.

Enfrento meu raciocínio...
Signos ganham vida
E, dentro de neologismos,
sugam nossas razões
para sistemas ilógicos.

Somos absorvidos por linguagens
e interpretados erroneamente.
Criamos analogias e nos auto-parodiamos.

Transformamos nossas crenças em simulacros,
onde estabelecemos nossas relações virtuais
e chegamos a uma dualidade.

O existir depende da compatibilidade de nossos pensamentos.


(13/03/2007)

Friday, March 23, 2007

Abuso

Lágrimas caem sobre o sangue escorrido
O medo se mistura à dúvida...
E aquele ser bestial não deixa o quarto.
Diverte-se com minha dor...
E regozija-se com sua própria ação.

Frio...

Sei que nunca mais serei a mesma...
E a vida passará diante de meu choro solitário.
A apatia perseguirá minhas inações e não terei coragem de mudar.

Não aceito esse meu destino e resolvo mudar meu futuro.

Os dentes dilaceram a carne.
Nesse momento vejo a inversão...
Aquele monstro torna-se uma vítima da pior arma.
A vingança.

Sofra, da forma como me fez sofrer, seu grande filho-da-puta...



(15/03/2007)

Wednesday, January 10, 2007

Conto de Fadas

Vamos criar esperanças como eternas crianças.
Festejando cada brilho da vida,
mesmo que este nos ludibrie
para enxergar uma vida que não é nossa
e vislumbrar um destino no tempo.

Vamos disfarçar nossos medos.
Contando estórias de terror
e anedotas forjadas,
disfarçando nossa alienação...
E o pavor que a realidade nos traz...

Vamos desaparecer como fumaça em um dia chuvoso.
Transformar anseios em realizações...
Vivermos por um tempo,
para, mais tarde, não termos arrependimentos.



(08/01/2007)