Thursday, September 13, 2007

Narrativas

Coloco tudo para fora neste pequeno espaço...
Sobrevivendo do fio de esperança que o atravessa
e, sem perdão, o arremessa,
para longe...

Crio a dor física, para abster-me do sofrimento:
- Entenda que são apenas máscaras!
O sangue jorra pelas telas,
Torna-se entretenimento
Para as massas...

Sem sentido e sem lógica,
persisto no incomum.
E conto minha história!
Fugindo de qualquer narrativa e muito menos realidade.
Crio um mundo fantasioso,
Belo, distante de toda sujeira. Como um desafio à minha sanidade!

(12/09/2007)

Monday, September 10, 2007

Muletas

Ando por estas ruas, envolto por tamanha neblina, que encobre minha visão. Sinto-me domado por seu cheiro e encantado pelo efeito das luzes que surgem pelo caminho. Brilhos difusos que levam minha mente para mundos distantes, fugindo de preocupações que surgem neste momento.

Tento ver o mais distante possível, mas não consigo. Sinto como um sinal que a neblina me trouxe. Deixo para trás planos e decisões. Foco-me no momento pelo qual estou passando e como enfrentá-lo. Excessos me têm servido de muletas, suportando-me através de tanta dor e indecisão. Arrisco cair a cada momento, sempre que percebo a fragilidade de meu suporte. Me engano dizendo que tudo está bem. Mas sei muito bem a realidade. Tomo placebos conscientemente, achando que conseguirei mudar algo dessa forma. “Pequenas mentiras para o coração doer menos”.

Quero fugir! Tornar-me somente mais um rosto em uma multidão perdida. Tudo muito simples. Arrumar minhas malas, enchê-las com meus sonhos perdidos, meus medos e minhas desilusões. Sair a procura de algo em que eu possa acreditar, ao invés de aceitar essas mentiras de um mundo podre e sádico.

Talvez lutar contra isso seja o primeiro passo para combater minhas inseguranças, que o tempo todo aparecem para me assombrar. Uma opção à covarde fuga! Ainda me apego demais para poder deixar tudo para trás. Ainda quero lutar, até o último sopro de vida passar por meus pulmões e permitir que eu saia desse teste de fogo.

Resolvo encarar esses demônios que me atacam. Em algum momento voltarei a assumir o pleno controle de minha vida. Não será agora! Mas o tempo de todas essas batalhas será suficiente para dissipar qualquer neblina.

(09 e 10/09/2007)